quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Keep walking

Não teria sido tão frustrante se o Botafogo não tivesse sido tão patético nas duas partidas anteriores. Além disso, o empate diante do Fluminense mostrou também que o time, apesar de ter melhorado um pouco, continua sem dominar e ameaçar o adversário, como fazia há poucas semanas. Uma queda de produção que ainda permanece, mas que não pode servir de fator para desânimo da torcida e muito menos do time.

O que parece necessário no momento é que Oswaldo, que foi um dos principais responsáveis por chegarmos ao G4, “reinvente” a postura do time. E o que preocupa é a impressão de que o treinador Glorioso ainda não sabe muito bem como fazê-lo: ontem, contra o Flu, Gilberto foi colocado no lugar de Henrique, fazendo com que o time tivesse três laterais de ofício em campo, além de ter retirado um atacante (o outro era Rafael Marques, que até então jogava como meia ofensivo) quando precisávamos de... gol. Não sei se foi o nervosismo do jogo que bloqueou minha visão, mas até agora não entendi o objetivo da entrada de Gilberto. De nada adiantou.

Além disso, alguns jogadores fundamentais, como Seedorf, Lodeiro e Rafael Marquem, precisam também se relembrar de como chutar a gol e dar assistências – ou, no mínimo, bons passes. Nosso craque holandês até que foi bem no “Clássico Vovô”, passando bem e sendo uma cabeça lúcida no meio-de-campo, mas o uruguaio continua errando até o próprio nome, e o herói dos clássicos passa apagado ofensivamente, malgrado toda a vontade demonstrada. 

Octávio, quase no fim da peleja, entrou no lugar de Lodeiro, e perdeu uma boa oportunidade de finalizar com perigo. Entretanto, a chuva de críticas feita ontem é extremamente injusta, uma vez que o jovem meia já demonstrou ter qualidade técnica. Obviamente, Octávio precisa ser um pouco mais “malandro” e ágil, mas não dá para fazer acusações depreciativas sobre um jovem jogador que, após a partida, vai até o Twitter e pede desculpas à torcida. Caráter, respeito pela torcida e honra à camisa ele mostrou que tem, além de reconhecer seu erro. O Botafogo não venceu porque desde o início não foi criativo e nem incisivo. Se não é para apoiar, deixem o garoto em paz! Não copiemos uma torcida “coirmã” que queima seus jovens valores por eles não se revelarem salvadores em momentos ruins. Burros são os outros, não nós!

Sobre o desânimo da nossa torcida e sobre as alegações da mídia no sentido de Botafogo e Flu viverem momentos opostos no campeonato: vivemos mesmo! Eles saíram do estádio cantando, comemorando o empate, e hoje há vários tricolores uniformizados nas ruas. Nós reclamamos e estamos insatisfeitos com o resultado, preocupados com a classificação para a Libertadores. Vivemos mesmo momentos opostos! Há os que pensam grande e os de "espírito C".

A cada tropeço em time mais ou menos, como nas últimas três rodadas, cresce nossa preocupação. Mas ainda dá, ainda é possível! Restam 13 rodadas – ou seja, 39 pontos em jogo – e estamos 6 pontos à frente do primeiro time fora do G4. O Grêmio, que nos ultrapassou e agora é segundo colocado, também tropeçou algumas vezes há pouco tempo. E se recuperou, e está na vice-liderança. Por que eles sim e não nós? A pergunta não é aos outros, e sim a nós mesmos, botafoguenses: desanimar e perder a fé não é opção, não faz sentido, não faz bem, não leva a nada, não é Botafogo 2013. Se há poucas rodadas o time se recusava a entrar em crise e agora coloca tal recusa em dúvida, recusemo-nos nós! 

Para cima do Grêmio no Maracanã, sábado, às 18:30. Jogo de 6 pontos. Jogo de torcedor de verdade. Jogo do Botafogo e para botafoguense de coração. Estejamos #unidos pelo que for, até o fim!

E lembrem-se também: estamos vivos na Copa do Brasil...


Vinícius Franco

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