sábado, 1 de fevereiro de 2014

Húngaro opta mal em noite que parecia impossível haver boas opções

Com dois dias de atraso, venho tentar falar brevemente sobre o jogo que marcou o retorno do Botafogo à Libertadores.

O resultado é sabido: derrota por 1x0. Mas mais desanimador que a derrota foi o futebol (não) apresentado. Alguns tentam justificar por ser apenas o segundo jogo da equipe titular no ano, outros pela altitude de Quito, e outros não justificam, porém também não criticam. Minha visão é que nada funcionou para o Glorioso, primeiramente, porque todos, exceto Jefferson, erravam até o próprio nome. Não se colocava a bola no chão — embora Húngaro tenha pedido —, não se acertava passes, não se dominava a bola direito (não é, Tanque?).

Não obstante o dia em que tudo era canelada no Alvinegro, acho importante também destacar a opção tática feita por Húngaro: um 4-2-1-2-1, em que o "1" do meio-de-campo era um volante — e que, no caso, não tem nenhuma aptidão para a função na qual foi escalado. Este estilo de jogo pode funcionar com Bolatti, cabeça-de-área com mais técnica e habituado a jogar como um moderno volante europeu, que faz a saída de bola muitas vezes até como um armador. Não com Gabriel, que tem qualidade técnica, mas muito mais aptidão para ser um marcador raçudo, como é.

Jogar com três volantes no jogo de quarta-feira, portanto, a meu ver, foi um erro. Todavia, a opção do recém-efetivado treinador alvinegro mostrou-se ainda mais equivocada ao persistir no erro durante muito tempo. Apenas no meio do segundo tempo Gabriel foi tirado para a entrada de Wallyson, que também não conseguiu produzir, mas ao menos é uma boa opção ofensiva. "El Tanque" Ferreyra também ia mal, e Elias deveria ter entrado mais cedo, pouco depois da volta do intervalo.

A formação tática que eu gostaria de ver no jogo de volta, no Maracanã, por conseguinte, é um 4-2-3-1, tendendo a ser um 4-2-2-2, com apenas dois volantes e, lá na frente, Wallyson em campo se aproximando de Ferreyra. É verdade, critiquei a atuação de El Tanque, que foi mesmo pífia, mas não podemos "dispensá-lo" com apenas um jogo. É um jogador que tem experiência em Libertadores e um bom currículo. Tenhamos paciência, assim como com Eduardo Húngaro, relativamente inexperiente, porém conhecedor de futebol e, principalmente, do elenco do Botafogo. Ele próprio deu a entender que pode jogar com dois atacantes no jogo de volta.

Para encerrar o papo sobre a derrota diante do Deportivo Quito, cabe cornetar sem "poréns" Edílson e Julio Cesar. Nossos dois laterais tiveram uma atuação deplorável defensiva e ofensivamente. No lateral-esquerdo tenho mais esperanças, mas fico com um pé atrás em relação ao destro. Torçamos para que Lucas se recupere logo.

E, por fim, neste domingo teremos clássico. Botafogo x Vasco. O Glorioso — a meu ver, com razão — está usando o Carioca apenas como prova para os jovens (e reservas) valores de General Severiano. Entretanto, vale a pena não dar sorte ao azar em derby. Defendo a escalação do time titular, principalmente para pegar mais ritmo de jogo do que o demonstrado em Quito. Húngaro, contudo, deve escalar time misto. Acho que é mais um erro.

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Vinícius Franco - @franconio
1º de fevereiro de 2014