terça-feira, 27 de agosto de 2013

Inabalado!

Depois de muito tempo sem escrever nada neste espaço ─ graças à faculdade! ─, retorno para, após dois episódios um pouco preocupantes (para alguns), afirmar minha confiança nesse time: inabalada!

No último domingo, 25 de agosto, quando se encontrava na segunda colocação do Brasileirão, com 29 pontos, dependendo apenas de si próprio para voltar à liderança, o Botafogo foi até o Paraná enfrentar o Atlético Paranaense ─ no G4 ao fim da rodada ─ na Vila Capanema. Jogo complicado de forma anunciada, o adversário também briga pelas primeira posições do campeonato, e os anúncios se confirmaram na prática: derrota por 2 a 0. A quinta derrota do Glorioso no ano (!), a primeira por uma diferença de dois gols (!). Com o tropeço (?), o alvinegro ficou na segunda colocação, à qual desceu após a vitória do Cruzeiro no dia anterior.

As principais "coçadas de cabeça" causadas pela derrota, entretanto, vieram da forma pela qual o Botafogo perdeu a partida: o adversário a dominou completamente, tendo o alvinegro pouco esboçado qualquer reação. A Estrela Solitária estava completamente ofuscada na noite curitibana, mesmo com Seedorf em campo. Dia em que todos jogaram mal ─ menos Jefferson, que vive uma "boa fase" desde 2009. Fase?

Com a vitória soberana do adversário, um, até o momento, concorrente direto, alguns botafoguenses começaram a se preocupar... afinal, os traumas dos últimos anos vêm a tona diante de qualquer derrota incontestável em meio a uma boa fase do time. Preocupação injustificável, no entanto. É preciso pensarmos que pedimos há tempos um time com postura diferente, com mentalidade diversa daquela que os times dos traumáticos anos anteriores demonstravam. Cobrança justa, necessária, mas hipócrita se os próprios torcedores continuarem com uma mentalidade derrotista e excessivamente supersticiosa. Apesar de torcida significar preponderantemente paixão, e muito menos razão, é preciso analisar um pouco mais objetivamente os fatos: o Botafogo continua no G4 (ou, pra ser mais otimista, no G2), jogou fora de casa contra um forte adversário, vinha de uma belíssima vitória contra o campeão da Libertadores e tem um time que já demonstrou, por diversas vezes, não ter uma mentalidade fraca ─ não obstante os empates no apagar das luzes, que tomaram 6 pontos que agora fazem falta.

Desespero? Só mesmo com botafoguenses que podem ir ao Maracanã e dizem que vão somente se o time passar de fase na Copa do Brasil. Por favor, virem a casaca! O Botafogo não precisa de torcedor de vitória, e sim de botafoguense de coração.

Não há motivo tão grande para preocupações com o fato de Jefferson não poder enfrentar o São Paulo, na próxima rodada, devido ao terceiro amarelo: se estaremos com um importante desfalque, o adversário também estará ─ e pior, com dois ─: Luís Fabiano e Aloísio não estarão disponíveis. Renan, apesar de às vezes testar cardíaco, pode fazer um bom jogo, e teremos "na linha" nosso time completo. Exceto por...

Vitinho. Botafoguenses foram fortemente surpreendidos na noite de ontem, 26 de agosto de 2013, com a venda da jovem revelação Gloriosa. Estava eu tranquilamente olhando meu Facebook pelo celular, passando tediosamente pelas atualizações, quando, de repente, leio a notícia, acreditando, inicialmente, ser pegadinha... Mas aí clico no link do GloboEsporte, e vejo que não aparece o Sérgio Mallandro. Era verdade. A poucos dias do fim do fechamento da janela de transferências, o CSKA, da Rússia, desembolsará o equivalente a cerca de 31 milhões de reais para levar aquele que já era chamado de "melhor do que Neymar". Dos 31 milhões, cerca de 18 ficam com o Botafogo... "ficam", porque já há pedido de bloqueio da grana, para saldar as dívidas do clube. Duplamente trágico. Tão trágico assim?

Trágico, mas vamos com calma. É mesmo revoltante ver que a diretoria do Botafogo não pôde fazer muito diante do caso. Não pôde agora, mas não podia ter feito mais para prevenir? Podia. E agora, não restou alternativa. Perdemos um jovem craque, que vinha decidindo várias partidas. A bronca com a diretoria, portanto, é procedente. A perda de fé no time, que vi em vários botafoguenses, não. Precisarei pedir de novo para que virem a casaca?

Vale lembrarmos que antes da saída do Fellype Gabriel, Vitinho não era titular. Entrava vez ou outra, jogava bem e estressava também ("toca a bola!"), mas sem uma significativa presença nos jogos. Depois que o polivalente meia se foi, o jovem atacante assumiu a titularidade, e foi além: assumiu o posto de craque do time, por vezes ofuscando as boas partidas do maestro Seedorf. Caiu como uma luva no esquema de Oswaldo de Oliveira. Decidiu inúmeras partidas a nosso favor (adicionei "a nosso favor" porque me lembrei de André Bahia...). Fará falta? Fará. Mas o esquema se quebrará? O time cairá significativamente de produção? Não dá para afirmar nada com certeza, mas não há motivo para grande pessimismo. Ressalte-se, mais uma vez, que até pouco tempo atrás Vitinho era reserva, e o time funcionava muito bem. Sim, com outro grande jogador, Fellype. Mas por que outro jogador que execute a função tão bem quanto os dois citados não pode sair da reserva? Não é preciso procurar um novo Vitinho ou novo Fellype Gabriel entre os suplentes, até porque aqueles têm características diferentes, e puderam ajudar diferente e brilhantemente o time. Por que Elias, Alex, Sassá, Henrique, Bruno Mendes, Hiury ou outro não poderá, também, colaborar significativamente com o time? Poderá, mas o pessimismo de alguns não permite ver isto. Elias já mostrou inúmeras vezes o quanto é decisivo; Alex é um grande valor jovem de nossa equipe; Sassá é mestre em balançar as redes (alô, molambada!); Henrique ainda não mostrou o talento exibido na seleção brasileira sub-20, mas quem sabe tendo oportunidades?; Bruno Mendes pode voltar à fase de 2012, por que não?; Hiury chegou agora, não o conheço, mas, por que não? Botafoguense de coração ele é... (muito mais do que alguns torcedores pessimistas de carteirinha)

Portanto, Gloriosos pacientes que conseguiram ler qualquer-coisa até aqui, menos pessimismo, mais espírito de torcedor. A derrota para o Atlético Paranaense não abala o time em nada. Nem a saída de Vitinho. Este episódio pode ser até mesmo mais impactante, o substituto pode não desenvolver a função em campo tão rapidamente (mas pode também!), porém não há motivos para desespero. O Botafogo já perdeu jogos bobos no ano, já empatou outros revoltantemente, já perdeu importantes jogadores, mas o time continua brigando pela Copa do Brasil e pelas cabeças do Brasileiro.

Momentos ruins nós já vivemos, e já nos recuperamos... você vai parar de cantar e deixar o FOGO no peito se apagar? Eu não!

Para cima do Atlético Mineiro, lá em Minas, rumo à classificação! E para cima do São Paulo, no Maraca, no próximo domingo, rumo a mais uma vitória! #UnidosPelosTítulos